Setor de não-tecidos prevê expansão com novos nichos

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Os novos usos de não-tecidos e a sua tendência de substituir outros materiais vão garantir aos fabricantes crescimento neste ano no Brasil, país em que o consumo per capita ainda é baixo em comparação com países desenvolvidos. Presente em diversos produtos - como etiquetas, fraldas e estofados - o setor registrou, nos últimos cinco anos, crescimento de 10% em seu faturamento, de acordo com dados da Associação Brasileira de Não-tecidos (Abint). Em 2008, os fabricantes de não-tecidos e de tecidos técnicos faturaram a marca recorde de US$ 1 bilhão, sendo US$ 600 milhões para os não-tecidos.

 

"A nossa indústria acredita que pode crescer em torno de 5% neste ano, muito em conta pelo consumo ainda ser baixo no Brasil", afirmou o secretário executivo da Abint, Jorge Saito. Grande parte do crescimento é por conta da substituição de outros materiais pelo não-tecido, devido ao custo benefício.

 

"Nossa perspectiva é de crescer no mesmo ritmo que vínhamos em 2010", afirmou o secretário executivo da Abint, associação que reúne 22 indústrias de não-tecidos responsáveis por 95% da produção brasileira. Uma das maiores produtoras mundiais de não-tecidos e que está de olho no potencial de crescimento no Brasil, a fabricante DuPont aposta no uso da tecnologia no não-tecido o que proporciona maior eficiência para o uso do produto. "Nós entramos em mercados onde temos um valor de performance maior", ressaltou a Diretora de Não-tecidos da DuPont América Latina, Ingrid Wahle. De acordo com a executiva, um dos carros-chefes da companhia é o Tyvec®, não-tecido de fibras de polietileno, matéria-prima utilizada para fabricação de roupas de proteção contra a contaminação química ou até mesmo para subcoberturas de telhados.

 

Segundo Ingrid, cada não-tecido possui uma característica, dependendo de qual será o seu destino. "São usos diferentes, com propostas diferentes. Nós buscamos entrar no mercado onde nosso produto irá agregar valor", disse. Como exemplo, ela destacou o laminado sintético, matéria-prima do couro sintético. "Esse produto tem uma performance melhor até mesmo do que couro verdadeiro", afirmou.

 

Descartáveis

 

Um dos segmentos onde o potencial de crescimento no Brasil é nítido é o uso de não-tecidos para produtos descartáveis. Segundo a Abint, cerca de 40% da produção brasileira de não-tecidos tem esse destino, como lenços umedecidos, fraldas, absorventes e roupas médico hospitalares. "A possibilidade de crescimento dos descartáveis é muito grande. O índice de penetração de fraldas no País, por exemplo, é de cerca de 37%. A medida que cresce o poder aquisitivo, aumenta a utilização desses produtos", afirmou o secretário executivo da Abint, Jorge Saito.

 

A diretora de não-tecidos da DuPont afirma que a entrada de não-tecidos em um país se dá, em um primeiro momento, na área de não-duráveis e em seguida, com os descartáveis. "Nos EUA eles buscam muito a simplicidade de vida", afirmou a executiva da DuPont. No País, há uso de lenços umedecidos, por exemplo, para a limpeza automotiva ou para engraxar um sapato.

 

Meio Ambiente

 

A troca de matérias por similares "sustentáveis" está movimentando a economia mundial nos últimos anos e também está trazendo novos segmentos de atuação para os não-tecidos. Sacolas ecológicas, lixinhos para carros e até mesmo cobertura agrícola está fazendo a Companhia Providência a visualizar novos rumos. "A questão ambiental está impulsionando. Na cobertura agrícola, a demanda por legumes e verduras orgânicas está crescendo", afirmou a gerente de Relações com Investidores, Gabriela las Casas.

 

Para 2009, mesmo com a crise tendo afetado os negócios, já que os clientes da produtora passaram a trabalhar com estoques menores, a expectativa da empresa é de crescimento. No final do ano, uma máquina nova entrará em operação, após projeção de bom crescimento em 2010.

 

A crise também afetou os negócios da Renner Têxtil, cuja principal linha dos negócios está voltada para filtros industriais. "Esse é um mercado em pleno crescimento, principalmente devido à legislação ambiental", afirmou o diretor da empresa, Mario Renner. Segundo ele, no entanto, as indústrias, atingidas pela crise, resolveram prolongar o uso do filtro, para economizar. "Esse foi um dos primeiros cortes da empresa. A volta está pequena, mas está começando a se movimentar", afirmou. A expectativa da empresa é fechar o faturamento do ano no mesmo nível de 2007.
Os novos usos de não-tecidos e vão garantir aos fabricantes crescimento de 5% neste ano no Brasil. Em 2008, os fabricantes faturaram a marca recorde de US$ 600 milhões.

 


Veículo: DCI


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