Melitta planeja crescer até 5% no Brasil em 2009

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A Melitta do Brasil pretende ampliar de 4% a 5% o faturamento em 2009 e chegar a um patamar de R$ 630 milhões. A estratégia para atingir a meta, de acordo com o presidente empresa, Bernardo Wolfson, deverá envolver não apenas o crescimento orgânico da companhia como também o desenvolvimento de produtos específicos para as diversas regiões do País.

 

"A Melitta sempre está aberta a novas aquisições, mas uma estratégia seria o desenvolvimento de produtos que atendam os paladares locais." De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), a Melitta é atualmente a quarta maior indústria do setor no País.

 

Este ano, a companhia decidiu ampliar a presença em Minas, considerado o segundo maior mercado consumidor de café no Brasil. Em abril deste ano foi lançado um novo produto, a partir de utilização da marca Bom Jesus. A nova linha foi desenvolvida com blend especial para atender ao paladar do consumidor mineiro. Apenas com a divulgação e marketing do novo produto, a companhia pretende investir R$ 1 milhão até abril de 2010. O total de investimentos previstos para este ano é de R$ 31 milhões. A marca gaúcha Bom Jesus foi incorporada à Melitta em 2006 e atualmente é líder nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina

 

Desde que assumiu a presidência da companhia no Brasil, há quase seis anos, Wolfson traçou como meta a expansão da marca Melitta para outras regiões do País e a duplicação do faturamento em relação a 2002, quando o montante era de R$ 200 milhões. Em 2008, o faturamento da companhia cresceu pelo sexto ano consecutivo e saltou para R$ 598 milhões (incremento de 12% em relação a 2007). A divisão de cafés foi responsável por cerca de 65% deste total e a de filtros, por aproximadamente 30%. No ano passado, a empresa lançou novas linhas de produtos. A primeira, denominada Sabor da Fazenda, em São Paulo e Paraná; a segunda, Regiões Brasileiras, com produto oriundo de três conceituadas regiões produtoras do País (Mogiana, Sul de Minas e Cerrado Mineiro). Para desenvolver os novos produtos, a companhia realizou uma seleção de grãos especiais, feita após pesquisa com consumidores, sendo que a maior parte plantada e colhida no Estado. A fabricação do novo produto é feita na unidade de Avaré, em São Paulo.

 

Para este ano, a companhia pretende investir R$ 31 milhões. O grupo alemão Melitta comemorou 100 anos em 2008 e está presente em mais de 60 países. No ano passado, o grupo faturou R$ 3,3 bilhões, sendo que o Brasil é o segundo maior mercado no mundo. No País, onde iniciou as operações em 1968, a empresa é líder absoluta no segmento de filtros de papel, com 48% de participação, segundo a Nielsen, além de produtos voltados para o preparo de café. Neste segmento, a companhia adquiriu nos anos 90 a marca Jovita.

 

Setor em consolidação. Nos últimos anos, o movimento de consolidação na indústria de café vem sendo bastante agressivo. A americana Sara Lee, atual líder no mercado, adquiriu cinco importantes marcas, como a Pilão, Café do Ponto, União, Caboclo e Seleto. No ano passado, foi anunciada a compra da torrefadora Café Moka, de Osasco (SP).

 

Atualmente, a companhia investe na disputa do mercado do Norte e Nordeste, depois de um acordo comercial com o grupo Maratá, de Sergipe, terceira maior torrefadora de café do Brasil, de acordo com a Abic.

 

Já a Santa Clara, sediada no Ceará e segunda no ranking da Abic, é dona da marcas Pimpinella, no Rio de Janeiro, Santa Clara, no Nordeste, Kimimo e Três Corações, em Minas Gerais.

 

O grupo detém a liderança no Nordeste do País e este ano anunciou a aquisição da Café Letícia, de Montes Claros, no Norte de Minas, para reforçar posição em outras regiões do Estado. Conforme o presidente da Melitta do Brasil, além da busca por marcas regionais que possibilitem o reforço da presença nos diversos Estados do País, as empresas buscarão desenvolver produtos específicos que atendam aos paladares locais.

 

"Pode ser que isso aconteça com consolidação ou da forma como a Melitta está fazendo, com o desenvolvimento de um blend especial para a marca Bom Jesus, que até então era desconhecida em Minas", diz.

 

A escolha da marca, de acordo com ele, passa pelo gosto, que é diferente em cada uma das regiões do Brasil. "Para algumas empresas, a estratégia pode ser chegar a uma região que já tenha a matéria-prima. Mas para nós, quando adquirimos a Bom Jesus foi a marca e o paladar. Dentro de cada empresa, isso é estratégico."

 

Wolfson destaca que, nos últimos anos, a partir da estabilidade econômica e do aumento do poder de compra, o foco na qualidade tem sido preponderante entre as empresas. No ano passado, apesar do agravamento da crise financeira mundial, o consumo do produto não diminuiu.

 

De acordo com a Abic, o consumo de café cresceu 3,5% no ano passado, para 17,7 milhões de sacas, e deverá ter um novo incremento em 2009, de 3%, para um patamar de 18,2 milhões de sacas. "O Brasil é o primeiro produtor e o primeiro exportador de café, além de ser o segundo maior consumidor mundial. Com qualidade e inovação, se tornará o primeiro consumidor de café no mundo", aponta Wolfson.

 

Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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