A reação não é de surpresa. "Mas vocês já não tinham canetas?" A estreia em agosto da Tilibra no segmento de instrumentos de escrita e "derivados" - canetas, lápis, marca texto, corretivo, borracha e apontador- se deu sem alarde. "Tilibra é uma marca consolidada em materiais de escritório e escolar, então lançar canetas e lápis pareceu a estratégia mais natural, um dado de realidade", explica Rubens Passos, presidente da empresa. A Tilibra acredita que seu novo segmento de atuação tenha o mesmo tamanho do mercado de caderno no qual é líder, em torno de R$ 1 bilhão. " E queremos ter 10% deste total em até três anos."
Ainda que pareça óbvio, não será fácil sair assinando Tilibra pelas folhas em branco no país. "Sabemos da dificuldade de entrar numa área em que a Bic é líder em canetas, a Faber em lápis e a Pilot em marca-texto. Mas nossa linha é muito atraente e já tivemos uma ótima aceitação com nossa base de 8 mil clientes." Os produtos são descartáveis e variam entre R$ 1 e R$ 3 no caso das canetas. Parte dos produtos são feitos na Ásia e parte terceirizada no Brasil. "Só apostamos nos itens bestsellers. " Comprada pela americana MeadWestvaco, em 2004, a unidade brasileira é a primeira a entrar no segmento de escrita, entre os mais de 100 países em que a matriz colocou sua bandeira.
Este ano a empresa repetiu no primeiro semestre o mesmo desempenho do período em 2008. "Não sentimos a crise , tanto que resolvemos investir e consolidar novos negócios." A empresa fechou a compra em agosto da Grafon's, fabricante de cartões de expressões sociais de São Paulo. " Eles estavam há 21 anos no mercado, tinham o licenciamento da Betty Boop e estavam se fortalecendo em agendas", explica Passos. O mercado de cartões, diz ele, não deve ultrapassar 10% do de cadernos. "Mas queríamos atuar neste nicho." A Grafon's continua com sua operação e marca e poderá até usar o parque fabril da Tilibra. "Eles tinham um gargalo para a fabricação de agendas e vão poder usar nossa estrutura."
Veículo: Valor Econômico