Intenção é substituir totalmente o uso das tradicionais caixas de[br]madeira, consideradas anti-higiênicas
Para reduzir as perdas e garantir a sanidade de hortaliças, frutas e legumes, a Ceasa de Campinas (SP) decidiu adotar caixas plásticas como embalagem padrão para o transporte desses produtos dentro do entreposto. Com isso, a central de distribuição espera eliminar o uso de caixas de madeira, consideradas inadequadas tanto sob o aspecto da higiene, quanto do ponto de vista logístico. Hoje, circulam por lá 1,2 milhão de caixas de madeira retornáveis.
Para tornar viável a mudança foi inaugurado na semana passada um banco de caixas plásticas, que será responsável por armazenar, locar, vender e higienizar as caixas de plástico. O cliente da Ceasa (supermercado, varejão, feirante) vai até este banco, deposita ali as caixas a serem higienizadas e recebe a quantidade em créditos em um cartão. O atacadista ou produtor também vai até o serviço retirar as caixas já higienizadas ou levar as suas para limpeza. Pode, também, comprar ou alugar embalagens.
O presidente da central, Demetrio Vilagra, espera que o novo sistema reduza drasticamente as perdas de alimentos durante o transporte. Segundo ele, cerca de 30% do que passa pelo entreposto se perde por causa de embalagens inadequadas. "Além disso, o uso das caixas plásticas é questão de segurança alimentar. A própria ABNT já recomenda desde 2002 a substituição das caixas de madeira, que podem contaminar os alimentos."
O presidente da Associação dos Permissionários da Ceasa Campinas (Assoceasa), entidade que reúne os atacadistas presentes na central de Campinas, Emílio Favero, também acha positiva a substituição das caixas. Destaca, porém, que o desafio de eliminar as caixas de madeira, que são baratas e atualmente usadas por 70% dos permissionários, será grande. "Principalmente porque a mudança demandará um investimento inicial para a compra de caixas e ainda trará o custo fixo da higienização (de R$ 0,30 por caixa)", diz. No entanto, ele frisa que no médio prazo esse investimento se pagará, já que as plásticas duram mais.
A solução recém-inaugurada em Campinas já foi testada e aprovada na Ceasa de Uberlândia (MG), que desde 2004 instalou um banco de caixas e já trabalha quase com 100% de caixas de plástico. O presidente da central mineira, que também está à frente da Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen), João Alberto Lajes, diz que o objetivo é levar o serviço a todas as centrais do País. Além de Campinas e Uberlândia, as Ceasas de Brasília, Porto Alegre, Goiânia e Recife têm bancos de caixas e estão eliminando as de madeira.
Veículo: O Estado de S.Paulo