Geração Y: adaptações na realidade do pós-crise

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Que a crise criou um novo cenário mundial nos negócios e nas empresas todos já sabem. Mas, o que pode ser novidade para alguns é que uma geração de profissionais foi duramente afetada por ela, tanto nos seus conceitos como na sua dinâmica. Trata-se da geração Y. As empresas precisam entender os anseios deste grupo de profissionais para tirar o melhor proveito da convivência entre as diversas gerações e se manter competitiva no mercado, principalmente em tempos de crise.

 

A geração Y nasceu em meados dos anos 80 e desenvolveu-se numa época de grandes avanços tecnológicos e prosperidade econômica. Conhecida pela sua velocidade e facilidade em aprender e se desenvolver, é uma geração mais individualista e autônoma, que impõe sua opinião e não abre mão de gerenciar simultaneamente sua vida pessoal e profissional. Cresceu vivendo em ação, estimulada por atividades e realizando tarefas múltiplas, por isso, ansiedade e imediatismo são duas fortes características dessa geração.

 

São justamente esses fatores que fazem com que essa geração entregue resultados com rapidez e assertividade, mas deixa seus empregadores com "os cabelos em pé" depois de um ano de trabalho. Conforme seus desafios vão sendo superados e suas atividades vão sendo cumpridas, esses profissionais tendem a se desmotivar rapidamente. Por isso, é importante que as empresas estejam abertas a compreender o comportamento desta geração, principalmente ouvindo o que ela tem a dizer. Cada empresa tem sua dinâmica e acaba se vendo refém desse ímpeto presente em quase todos os indivíduos da geração Y. O conflito entre empresa e profissional acaba acontecendo e a consequência é que o indivíduo vai ao mercado buscar novos desafios.

 

Com a conseqüente escassez de oportunidades no mercado provocada pela crise os Y sentiram um duro impacto nas suas crenças. Profissionais de todas as gerações passaram a disputar as mesmas posições nas empresas. Nessa disputa, a característica comportamental de cada uma das gerações acabou sendo o fator decisivo na contratação do profissional. Na opinião de muitos, essa nova geração não é fiel às regras e processos corporativos, enquanto outros defendem que ela é mais flexível e adaptável a qualquer realidade justamente pela ausência de vícios de trabalho. Neste cenário, cabe à empresa fazer a sua escolha, e não mais ao candidato selecionar onde quer trabalhar, podendo, assim, equilibrar seus recursos humanos com diferentes perfis.

 

Acredito que, daqui para frente, as empresas terão mais poder nessa negociação. Cabe às empresas conseguir adaptar suas práticas a um ambiente mais híbrido e participativo. A criação de uma equipe multidisciplinar, na qual pessoas de todas as gerações possam debater sobre a política da empresa, é uma boa saída, podendo assim ouvir todos os lados e apresentar sugestões que possam agradar a todos. Além disso, escutar os profissionais, seus anseios e necessidades, é a grande saída para reter profissionais e mantê-los motivados. Se cada um fizer o seu papel, é fato que teremos um alinhamento entre as gerações quando o mercado retomar seus caminhos de crescimento.

 


Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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