Portáteis com mais presença

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O brasileiro, acostumado com as primeiras posições em esportes como o futebol, costuma desdenhar até do segundo lugar. Mas a empolgação de grandes produtores como Dell e Samsung com o mercado de tecnologia da informação (TI) do Brasil pode justificar comemorações por um terceiro e um quarto lugar. O terceiro é no mercado de computadores. Segundo Ronaldo Miranda, diretor de vendas e marketing da área de TI da Samsung, previsões otimistas apontam que, ainda no fim de 2010, o Brasil ultrapasse o Japão e se torne o terceiro maior do mundo, só perdendo para a China e os Estados Unidos.

 

E o executivo apresentou números que justificam o entusiasmo. "Enquanto temos um mercado maduro de TVs, 98% das casas com o equipamento, e de celular, que alcança 82% da população, quando se trata de computadores estamos na infância. Apenas 31% dos domicílios contam com o equipamento", explica. "Este ano teremos um resultado até 6% pior que 2008, mas a recuperação é forte e devemos ter agora o melhor trimestre de todos os tempos", ressalta. O executivo revelou que a fábrica no Brasil trabalha três turnos e será ampliada pela terceira vez, tudo por causa dos sucessivos recordes de produção. "O volume de HDs fabricados triplicou, o de impressoras duplicou e o de monitores deve chegar a um número histórico em novembro", contabiliza.

 

Para crescer no mercado brasileiro, a divisão de TI da corporação coreana lançou sua linha de notebooks, já comercializada em outros mercados. "O plano era fazer isso no ano passado, mas, em agosto de 2008, abortamos por causa da crise. Reavaliamos agora e resolvemos trazê-los, mesmo antes de a fábrica em Campinas estar pronta", explica. A ideia é dar as caras antes do Natal no mercado dos portáteis, que, no ano que vem, deve ser maior que o de desktops pela primeira vez em unidades vendidas (já ultrapassou em faturamento, no ano passado). Serão três notebooks e dois netbooks. E a família deve ficar maior ainda no ano que vem, com a chegada de outros quatro modelos.

 

Já a Dell, empresa americana que completou na última semana dez anos de presença no País, anunciou uma solução para uso em educação, que soma lousas eletrônicas e computadores, além do fornecimento de conteúdo interativo. A nova empreitada da empresa no Brasil foi anunciada pelo próprio Michael Dell, fundador da companhia, em breve coletiva. "O Brasil caminha para, até 2015, ser o quarto maior mercado de TI do mundo" calcula Dell.

 

O modelo promete ir além de projetos como o que distribui um computador para cada aluno em escolas públicas, já que cria um ambiente informatizado. Nele, professor e alunos ficam interligados por um notebook (no caso do mestre) e netbooks (para os estudantes), além de uma lousa eletrônica, que mostra a interação para toda a sala.

 

A solução, que leva o nome de Sala de Aula Conectada, será vendida completa (não só os equipamentos), o que inclui o conteúdo interativo, a implementação e a manutenção. Além dos computadores e do quadro digital, a empresa ainda oferece para a escola que adotar o sistema, uma estação móvel, que guarda e gerencia até 24 netbooks, no caso dos alunos não os levar para casa.

 

A Dell oferece os programas e os computadores, de acordo com a necessidade da escola, que pode ser, por exemplo, de um computador por aluno, ou um para cada grupo. Com o notebook e a lousa eletrônica, o mestre consegue passar exercícios, fazer demonstrações e acessar a área de trabalho de cada estudante, que consegue interagir, mandando perguntas ou dando suas respostas.

 

Samsung chega ao mercado de laptops

 

Líder na fabricação de monitores e HDs, a Samsung agora entra também no mercado brasileiro de laptops. A empresa importará, num primeiro momento, cinco das seis linhas de portáteis comercializadas atualmente no mundo. Serão cinco modelos, dois netbooks e três notebooks. Até o meio de 2010, mais quatro versões devem ser comercializadas no País. Antes disso, porém, os notebooks da Samsung no mercado brasileiro serão importados. A produção local, em Campinas, São Paulo, onde a empresa já fabrica impressoras, celulares e monitores, deverá começar em março. "No começo, não devemos chegar com grande volume. Queremos chegar como a novidade. Todo nosso primeiro lote já foi vendido", detalha Ronaldo Miranda.

 

VALORES. O executivo, diretor de vendas e marketing da Divisão de Tecnologia da Informação, revelou que é intenção da Samsung posicionar seus notebooks entre os valores de R$ 1,5 mil e R$ 3,5 mil. Nos limites dos preços, a empresa apresentou o netbook NC10 e o notebook X420, topo da linha, que chega em lançamento quase simultâneo com o resto do mundo. "O X420 foi apresentado, por exemplo, há menos de uma semana", conta Miranda. Os cinco da Samsung têm design mais conservador e são semelhantes ao dos concorrentes.

 

Destaca-se neles a qualidade da tela, iluminada por painel LED. Isso permite aos notebooks ter uma tampa mais fina, tela mais luminosa e bateria com maior duração. O recorde fica por conta dos modelos X420 e do netbook N310, que alcançam nove horas com uma recarga completa. O ultraportátil é o que deve mais chamar atenção pelo seu desenho e pelo seu acabamento emborrachado em preto e duas cores em tons chamativos: laranja e azul.

 

"A mensagem que queremos passar é que a mobilidade permite levar todos os seus amigos com você", revela Miranda. Com a intenção de oferecer configurações mais avançadas, estranhou a ausência de notebooks que oferecessem drive de Blu-ray e processadores mais atuais, como as linhas Core i7 ou Core i5. A expectativa é de que esse ponto seja resolvido com a chegada de novos modelos, que já deverão ser montados no Brasil. "A maioria dos modelos que trouxemos já foi renovada. Os outros ainda passarão por mudanças, então virão depois de reformulados", justifica Miranda. Entre os notebooks que deverão vir, está o X460, topo de linha da empresa no mundo.

 

Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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