Último leilão de PEP arrematou 88% da oferta destinada ao Norte e Nordeste e ao mercado externo
Os negócios com trigo no mercado interno estão atrelados aos leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), por meio dos quais o governo concede subsídio ao frete e estimula a comercialização da safra. No leilão da última sexta-feira, foi arrematada subvenção para 123.700 das 179 mil toneladas (69%) ofertadas para as Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e 120 mil das 136 mil toneladas (88%) destinadas ao Norte, Nordeste e/ou ao mercado externo. No leilão da semana anterior, já tinham sido comercializadas 136.510 toneladas de trigo, a maior parte do Paraná, que tem pressão de oferta, com mais de 80% da safra já colhida. E um terceiro leilão está confirmado para amanhã, com oferta de 315 mil toneladas.
O valor do PEP é particularmente atraente para o trigo destinado ao Norte/Nordeste e ao exterior, de R$ 190 a tonelada, mas assegura comprador também nas regiões mais próximas do trigo, com prêmios de R$ 94 e R$ 117 a tonelada para o Sul/Sudeste e Centro-Oeste. Segundo um corretor do Paraná, os moinhos estão usando o trigo do Paraná e do Rio Grande do Sul do tipo 2, com menor potencial produtivo este ano por causa do excesso de chuvas, para misturar com o produto importado. Já o grão mais fraco (tipo 3), também negociado nos leilões, deve ser todo destinado à exportação, como trigo para ração animal. Os preços do trigo seguem pressionados pela oferta mundial. No mercado argentino oferta a US$ 205 a tonelada FOB (R$ 352/tonelada). No PR, trigo com as mesmas propriedades é ofertado a R$ 480/tonelada.
Veículo: O Estado de S.Paulo