Tendências foram vistas na missão conduzida pelo Sebrae-SP à maior feira mundial desse setor, realizada em Nova York
Em qual direção vai o varejo mundial? Pelo que tem sido visto em Nova York, na NRF Retail’s Big Show, a maior feira de varejo do mundo, o caminho passa por uso inteligente de dados, rapidez das empresas em dar respostas ao mercado e a oferta de uma experiência de compra de alta qualidade, ou seja uma compra assertiva. O evento, realizado anualmente em janeiro, recebeu a equipe do Sebrae-SP e um grupo de 30 empresários paulistas selecionados que também participam de visitas técnicas a empresas de sucesso no mercado americano.
“Quanto mais rápido a empresa tiver dados e aplicá-los em melhorias contínuas de processos do negócio, mais expressivos serão os resultados”, afirma o consultor de negócios e especialista em varejo do Sebrae-SP, Edgard Neto. “Isso é desafiador para o pequeno negócio. Estamos em uma retomada após a pandemia que acelerou mudanças no varejo, principalmente em termos de tecnologia”, completa o gerente de relacionamento do Sebrae-SP, Alexandre Robazza.
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Paige Thomas, CEO da Saks, rede americana de lojas de artigos de luxo, deixou claro em sua palestra que agilidade é um fator fundamental para os negócios hoje em dia. Segundo ela, antes as mudanças nas coleções de moda ocorriam a cada seis meses ou um ano. Agora, as empresas devem colocá-las em prática em intervalos mais reduzidos.
Isso porque o uso das redes sociais possibilitou ao consumidor ter muito mais conhecimento das marcas; ele sabe muito bem o que quer comprar, quer fluidez na jornada e seu comportamento varia de forma mais acelerada, o que demanda das empresas uma rápida adaptação. Daí a importância de a empresa ter dados e informações que lhe permitam avaliar esse movimento e agir.
Ela citou que as campanhas promocionais agora são feitas em “U” com uma queda menor dos preços e não em “V”, quando há um recuo mais brusco dos valores por um tempo curto e a volta ao patamar anterior logo em seguida. A estratégia, principalmente das lojas de luxo na moda, é mostrar que elas não são um ponto de venda que compete por preço.
Após a pandemia, o varejo americano tem visto um forte retorno consumidor às compras físicas: a loja agora tem de se apresentar de outra forma, tem de oferecer uma experiência ao consumidor, com base na leitura de dados que a empresa tem, e estar sempre atenta aos movimentos do cliente para definir o seu portfólio de produtos.
A palestra da Home Depot, empresa de material de construção, a gerente de tecnologia da informação disse que a companhia tem se valido cada vez mais da TI para fazer ajustes na loja física muito mais rapidamente do que fazia no passado. Atualmente, baseado em dados, o setor de TI afeta o que acontece no ponto de vendas. Além da navegabilidade do site, a TI é usada para a customização, independentemente do volume comercializado.
Outra palestra que trouxe insights foi a da fabricante de brinquedos Lego, que disponibilizou um site para o público sugerir que temas adotar para seus blocos de montar. A abertura desse canal faz o cliente se sentir parte da empres. É possível citar, ainda, marcas como Hollister e Forever 21 que fazem investimentos em micro e pequenos influenciadores, isto é, nomes que têm menos seguidores, mas mais afinidade com os públicos deles e trazem, assim, clientes para as lojas. É uma forma que o pequeno negócio pode trabalhar se aliando mais à sua comunidade.
Redação SuperHiper