Pressionadas pelo varejo europeu, as indústrias de suco de laranja brasileiras preparam um estudo para determinar a quantidade de gás carbônico que é emitida ao longo da cadeia de produção. O documento será apresentado em aproximadamente duas semanas e representará um raio-x das empresas produtoras de suco no que se refere às emissões.
A estratégia é identificar o número de emissões de todo o segmento no Brasil e não de uma empresa isolada. Até agora, as indústrias vinham trabalhando independentemente, mas uma consultoria está sobrepondo as metodologias utilizadas por cada um dos grupos para determinar quanto o setor como um todo emite de gás carbônico.
"Essa é a primeira fase de um projeto mais amplo. Após determinarmos quanto nossa cadeia emite de CO2 avaliaremos quanto é a captação de carbono", afirma Christian Lohbauer, presidente executivo da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR).
Além das emissões de CO2, os planos das indústrias de suco de laranja ainda envolvem o levantamento do consumo de água ao longo da cadeia de produção, bem como a quantidade de resíduos e contaminantes e também adoção de boas práticas de produção. "Nossos clientes cobram de nós um, alguns ou todos esses pontos. O problema é que como essas são exigências do setor privado não existe uma padronização", afirma Lohbauer.
A Europa é o destino de 70% das exportações brasileiras de suco de laranja. Em 2009 os embarques do país ficaram pouco acima de 1,3 milhão de toneladas. Lohbauer lembra que a rede varejista britânica Tesco já identifica nas embalagens por meio de um selo quanto aquele produto emitiu de gás carbônico.
Além do estudo de sustentabilidade, a indústria de suco vai concluir até agosto um levantamento estatístico que englobará desde o uso de defensivos na atividade até o consumo de suco e das principais bebidas concorrentes. Serão levantados dados de árvores em produção, tamanho da safra, entre outros dados. (AI)
Veículo: Valor Econômico