Negócio pode ser difícil, já que Justiça aprovou parcialmente liminar que pedia suspensão da venda de 50,45% da empresa .
O presidente do grupo japonês Kirin, Senji Miyake, disse nessa sexta-feira, no Japão, que comprar a participação dos acionistas minoritários da cervejaria brasileira Schincariol é uma opção. "Nós gostaríamos de ter um bom relacionamento com os acionistas minoritários", comentou.
Na quinta-feira, a 1ª Vara Cível de Itu (SP) aprovou parcialmente a liminar que pedia a suspensão da venda de 50,45% da Schincariol para a Kirin. Os controladores da cervejaria, Adriano e Alexandre Schincariol, não poderão levar à frente o negócio, sob pena de terem de pagar multa de R$ 100 mil. A Kirin reconhece a oposição dos acionistas minoritários, mas afirma que está elaborando o acordo com o apoio de advogados e que o negócio não tem problemas do ponto de vista legal.
A empresa japonesa pagou R$ 3,95 bilhões pela participação de 50,45% detida pelos irmãos Adriano e Alexandre Schincariol e, diante da suspensão da negociação, concedida aos sócios minoritários mediante liminar na Justiça, vai recorrer da decisão. O recurso está sendo encaminhado pelo escritório Tozzini Freire, que representa a empresa japonesa no país.
O processo corre em segredo de Justiça, conforme informaram envolvidos, em virtude do pedido para que sejam apresentados todos os documentos da operação de venda à Kirin.
Em relação ao pedido de liminar feito pelo escritório Teixeira Martins & Advogados, em nome dos minoritários, os irmãos José Augusto, Daniela e Gilberto Schincariol Júnior, a juíza determinou que os controladores se "abstenham de praticar qualquer ato fundado no referido negócio jurídico", tendo de pagar a multa para "cada situação de inobservância".
No final da tarde dessa sexta-feira, os controladores divulgaram um comunicado informando que "a decisão da juíza foi recebida com serenidade e será apresentado recurso". Para eles, tão logo a Vara de Itu tenha conhecimento de "todos os procedimentos realizados, se manifestará favoravelmente à plena eficácia da aquisição realizada por uma das maiores empresas do mundo no setor de bebidas, o que trará novo oxigênio ao crescente mercado brasileiro e benefícios para o consumidor."
De acordo com a decisão, a operação de venda do controle da cervejaria está suspensa integralmente até que sejam exibidos os documentos relacionados à operação. O prazo para que isso seja realizado é de até cinco dias, a contar da data da decisão. A Justiça negou apenas o pedido de busca e apreensão dos livros da holding de Alexandre e Adriano Schincariol. (AE)
Veículo: Diário do Comércio - MG