O Walmart sofreu sua quinta queda trimestral consecutiva nas vendas, afetado pelas condições econômicas nos Estados Unidos e por um raro passo em falso da maior rede varejista do mundo.
A companhia exibiu um tom cauteloso ao comentar suas perspectivas para os próximos meses, alertando para a lentidão da recuperação econômica e o impacto em seus clientes, na maioria de baixa renda. Projetou, no entanto, que as vendas das unidades nos Estados Unidos, principal mercado da empresa, começarão a se recuperar em seu trimestre fiscal das festas de fim de ano, que se encerra em 31 de janeiro.
A rede varejista americana anunciou que as vendas em seu segundo trimestre fiscal, das lojas abertas há mais de um ano, caíram 1,8% em comparação ao mesmo período de 2009. Estão incluídas no resultado mais de 3,5 mil lojas de desconto e supermercados. As vendas líquidas nos EUA ficaram estagnadas, em US$ 64,6 bilhões, apesar da abertura de novas lojas e de um dispendioso programa de remodelação das instalações. O Walmart reconheceu que os esforços para dar a suas lojas uma sensação mais ordenada e menos confusa, retirando mercadorias em promoção de seus corredores, acabaram prejudicando as vendas.
"É óbvio que fomos um pouco agressivos demais e retiramos muito da variedade", afirmou o diretor de finanças da empresa, Tom Schoewe.
Embora as mudanças tenham conferido às lojas uma sensação mais ordenada e proporcionado economias operacionais, também levaram os clientes a buscar suas marcas preferidas em outros lugares.
Bill Simon, o recém-nomeado chefe das lojas do Walmart nos EUA, afirmou que a rede varejista está reabastecendo suas lojas e que voltou ao foco nos "preços baixos todos os dias", depois das pesadas promoções de preços no início do verão setentrional não terem conseguido elevar as vendas como se esperava.
O executivo disse estar confiante de que esses passos "recuperarão o crescimento das vendas das linhas principais no quarto trimestre fiscal", mas ressaltou que "levará tempo para que se vejam mudanças significativas em nossas [vendas comparáveis] e que a economia dos EUA continua desafiadora".
Apesar dos problemas com as vendas nos EUA, as operações totais do Walmart apresentaram lucro de US$ 0,97 por ação diluída, ligeiramente acima das previsões de Wall Street. O lucro subiu 3,6% em comparação ao mesmo trimestre de 2009 e somou US$ 3,59 bilhões. As vendas totais subiram 2,8%, para US$ 103 bilhões.
Veículo: Valor Econômico