Depois de inaugurar unidade em Pelotas, rede do grupo francês Carrefour abrirá loja na Capital e em Santa Maria
A rede Atacadão, grife do braço de atacarejo do grupo francês Carrefour no Brasil, ganhará mais filiais em 2012 no Rio Grande do Sul. Depois de inaugurar em Pelotas, nesta quinta-feira, a quinta loja gaúcha, o diretor-geral da rede, Roberto Müssnich, aponta que outras duas serão abertas, uma em Porto Alegre (que substituirá a operação do hipermercado Carrefour na avenida Sertório) e em Santa Maria, que estreiam no primeiro semestre. Müssnich, que deixará o posto em abril do ano que vem para comandar a pulverização mundial do modelo, confirma que haverá mais pontos em regiões consideradas polos econômicos e que não há ainda concentração de grandes varejos, como Passo Fundo e Caxias do Sul.
“Vai ter mais ainda em 2012. Vamos nos situar onde a população tem sua área de abastecimento”, adianta o executivo, há 11 anos na rede, que foi arrematada há quatro anos pelos franceses. Ele chegou a ficar 11 meses fora da operação nacional, integrando-se à ação no mercado externo, mas retornou em outubro de 2010. Segundo Müssnich, já há estudos indicando os locais e reforçou que “há muito espaço para ocupar”. O executivo justificou que o atacarejo demorou a se expandir na região. Atualmente, o interesse pelo modelo de vendas atrai consumidores locais de todas as faixas de renda.
“O consumidor gaúcho tem comportamento diferente do brasileiro em geral. Experimenta, mas não larga o antigo amor (varejo). Volta e vê que é bom, só aí fideliza e passa a ser amigo e cliente”, descreve o executivo.
Até dezembro, a meta é chegar a 80 lojas no País, sendo cinco no Rio Grande do Sul. Na aquisição, em 2007, eram apenas 34 operações. Para o ano que vem, o planejamento é alcançar 95 pontos, com 15 novas integrantes na família. Duas já estão confirmadas para o Estado. Cada ponto envolve investimento entre R$ 30 milhões e R$ 35 milhões. A projeção é de montante de mais de R$ 500 milhões nas novas lojas.
A fase de transformação de hipermercados Carrefour em atacarejos (que ocorreu na filial em Novo Hamburgo, reaberta na semana passada, e na da Sertório) teria se encerrado, garantiu o diretor-geral. Daqui para frente, a ampliação será orgânica. A mudança no formato serviu para o grupo francês dar maior rentabilidade ao negócio no Brasil, que registrava queda de lucros, ao lado de recuo na Europa. Os ganhos com o Atacadão chegam a ser mais que o dobro do êxito nos supermercados tradicionais.
Müssnich revelou que o formato das lojas está sendo qualificado, e que a filial pelotense já se segue essa mudança. “As operações estão muito mais bonitas, ganham estacionamento coberto e piso de vendas com mesmo nível da área de carregamento para os carros”, elenca. O tamanho varia de área de vendas de 7 mil metros quadrados a 9 mil metros quadrados. Na Capital, o prédio, que foi fechado em julho para a troca de bandeira e de formato, recebeu adaptações e manteve os dois pisos, mas seguindo as grandes gôndolas verticais. A oferta será de 9 mil itens. Segundo Müssnich, a nova operação deixa de rivalizar com o vizinho BIG, da rede Walmart. “O público será outro, e segue pequenos estabelecimentos e microempresários, além de atrair moradores de longa distância”, confronta. Nas remodelações, houve a extinção da área de eletrodomésticos, apontada como decisão estratégica do Carrefour. “O grupo, que mantinha área locada nas nossas lojas para a venda dos produtos, recuou e suspendeu os contratos”, esclareceu.
Veículo: Jornal do Comércio - RS