Produção mineira de grãos cresce 57% entre 2000 e 2010. No mesmo período, aumento da população no estado fica em 9,4%, de acordo com estudos da Secretaria da Agricultura
A população mundial atingiu 7 bilhões de habitantes, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), e os produtores agrícolas de todo o planeta passaram a ter uma responsabilidade ainda maior: alimentar todas essas pessoas e mais as que ainda estão por nascer. Em Minas Gerais, no entanto, o cultivo de alimentos é maior do que o crescimento da população. Segundo estudos elaborados pela Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), Minas Gerais vem respondendo positivamente ao desafio do abastecimento.
Enquanto a população no estado cresceu 9,4% em uma década (2000 – 2010), chegando a 19,6 milhões de habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção mineira de grãos saltou de 6,5 milhões de toneladas para 10,2 milhões de toneladas. O aumento de 57% na produção de grãos foi seis vezes maior que o crescimento da população no estado na década de referência.
Minas também se consolidou como o principal produtor nacional de leite, café, batata, morango e alho; e o segundo em produção de feijão, cana-de-açúcar e em número de cabeças bovinas. Em 10 anos, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio mineiro saltou de aproximadamente R$ 64 bilhões em 2001 para R$ 117,7 bilhões neste ano e responde, atualmente, por aproximadamente 13% do PIB do agronegócio nacional.
Entre 2000 e 2010, a produção mineira de milho cresceu 21%, com a colheita de 6 milhões de toneladas. A soja registrou aumento de 107%, chegando a 2,9 milhões de toneladas. A produção de feijão alcançou 623 mil toneladas, com aumento de 54% no período, e a produção de leite atingiu 8,3 bilhões de litros, registrando crescimento de 43%.
“O volume de café produzido foi de 21,6 milhões de sacas, com incremento de 47%, e o número de cabeças do rebanho bovino chegou a 22,7 milhões, com aumento de 14% no período”, afirma o Superintendente da Seapa, João Ricardo Albanez.
Até o momento, a produção de alimentos no país tem correspondido à demanda interna, além de atender a pauta das exportações, mas diversos desafios se impõem. A FAO (órgão das Nações Unidos para alimentação e agricultura) estima que a produção mundial precisa crescer 70% até 2050 e aponta o Brasil como um dos países capazes de suprir a demanda. “Estamos no caminho certo, mas precisamos correr contra o tempo”, alerta Albanez.
Segundo ele, além de aumentar a produção é necessário otimizar a utilização dos recursos naturais e investir na redução do desperdício. “Em todo o mundo, há perda de aproximadamente 1,3 bilhão de toneladas ao ano de todo o alimento produzido para consumo humano. Reduzir esse volume é um caminho estratégico em qualquer política voltada à segurança alimentar.”
Veículo: O Estado de Minas