Valor bruto do litro recuou em 0,9%.
O aumento das importações de leite tem ampliado a oferta de produtos lácteos no mercado e prejudicado os rendimentos das indústrias e dos pecuaristas de Minas Gerais, que não conseguem repassar o encarecimento dos custos para o consumidor final. A queda na lucratividade ocorre em um período de alta dos insumos, que foi impulsionada pela elevação da ração animal, necessária nesta época devido à escassez de pastagens.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em Minas Gerais, ao longo de julho, os preços se mantiveram praticamente estáveis, com variação negativa de apenas 0,76%, frente a junho. O preço médio praticado no período foi de R$ 0,793 por litro.
Conforme as informações do Cepea, ao longo de junho, na média geral, que considera os sete estados incluídos na pesquisa (Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Bahia), o Índice de Captação de Leite (Icap-Leite) subiu 4%.
Houve aumento da captação em todos os estados pesquisados. Em relação a junho de 2011, o Icap-Leite/Cepea esteve em patamar 6% superior; no primeiro semestre do ano, o índice apresentou aumento de 2,4% se comparado a igual período do ano passado.
Além do aumento da oferta, especialmente nos últimos meses, a maior pressão das indústrias e cooperativas em função da queda da margem de lucro contribuiu para nova baixa dos preços do leite recebidos pelo produtor em julho, referente à produção entregue no mês anterior.
A média ponderada dos sete Estados caiu 1,2%, fazendo com que o preços do leite recuassem para R$ 0,7821 por litro, no valor líqüido. O preço bruto, incluindo frete e impostos, também recuou 0,9%, com média de R$ 0,8478 por litro. Comparando com o mesmo período do ano passado, o preço médio esteve 7% menor. Ao mesmo tempo, os custos continuam se elevando, impulsionados pela alta do milho e do farelo de soja.
Regiões - Das quatro regiões pesquisadas em Minas Gerais, somente em uma foi registrada variação positiva nos preços. Na região Sul e Sudeste do Estado, ao longo de julho, o pecuarista recebeu pelo litro de leite um valor 0,25% maior. O valor mínimo foi de R$ 0,72, o médio de R$ 0,827 e o máximo R$ 0,886.
A maior redução observada nos preços pagos aos pecuaristas de leite foi verificada nas regiões Triangulo e Alto Paranaíba, com recuo de 1,62%. Nas localidades, o valor mínimo ficou em R$ 0,765, o médio em R$ 0,88 e o máximo alcançou R$ 0,953.
Queda também foi observada na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Em julho, os pecuaristas receberam em média R$ 0,879 por litro de leite. A queda de 0,96% fez com que os preços máximos chegassem a R$ 0,983 e o mínimo a R$ 0,776.
No Vale do Rio Doce a queda de 0,10% fez com que os preços máximos ficassem em R$ 0,997, o médio em R$ 0,913 e o mínimo a R$ 0,83.
Veículo: Diário do Comércio - MG