É lento o ritmo de comercialização do café brasileiro nos mercados físico e futuro, reflexo da queda de 30% dos preços da saca do produto em 2013, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Até setembro deste ano, 37% da safra de café tipo arábica tinham sido comercializadas, percentual bem inferior ao registrado na média do período, de 47%.
Considerando as duas variedades de café - arábica e conillon -, os produtores tinham comprometido 42% da produção até 30 de setembro, volume ligeiramente inferior aos 43% negociados em igual período de 2012. Estimativas da iniciativa privada mostram que o fluxo de comércio ficou abaixo da média dos últimos cinco anos, de 2008 a 2012, quando as vendas giravam em torno de 49% do total produzido.
Para o presidente da Comissão Nacional do Café da CNA, Breno Mesquita, a margem líquida negativa tem desestimulado as vendas do produto, já que o valor oferecido pelo produto é inferior ao custo de produção. No dia 15 passado, a saca de 60 quilos do café arábica tipo 6, bebida dura para melhor, foi cotado a R$ 257,54, enquanto o custo de produção na maioria das regiões produtoras supera R$ 350.
Ele alertou para a grave crise enfrentada pela cafeicultura. A queda de preços compromete a renda. De acordo com dados coletados pelos pesquisadores do Projeto Campo Futuro, parceria da CNA com a Universidade Federal de Lavras (Ufla), apenas algumas regiões onde é possível mecanizar as operações de campo obtêm margem líquida - resultado do preço médio de venda, subtraindo o Custo Operacional Efetivo (COE) - positiva.
Monte Carmelo (Alto Paranaíba), Luís Eduardo Magalhães (BA) e Franca (SP) estão entre essas regiões.
Veículo: Diário do Comércio - MG